31 de outubro de 2010

Hoje resolvi cavar!

Apesar da decisão, resolvi começar devagar.

Primeiro parei para analisar firmemente a grama verde e vistosa da superficie. Flores, Insetos estavam todos lá, manifestos, escondendo a latência da intensa atividade que eu iria realizar futuramente.

Eles atuaram bem em seus papéis e me distrairam por muito tempo - tempo que nem consigo mensurar.

Quando me senti segura o suficiente, resolvi passar para a terra. Retirei com pesar a grama verde que sinalizava que a terra estava saudável. Mas....de que é feita a terra saudável?

O que fertiliza a terra é exatamente aquilo que olhamos com desprezo e queremos distância. É fruto de nosso descaso, de nossos restos e muitas vezes ... nosso escarnio.
Isso tudo é, no minimo, interessate ... coisas tão ruins - manifestas e latentes - sendo responsáveis pelo crescimento da vistosa grama verde que todos admiram, mas poucos conhecem.

Se tempos me distrai com a superficie superficial da paisagem ... segundos quero passar aqui.
Minhocas e formigas, imagens das quais fugi com louvor e que não quero revisitar... mas, quanto mais luto para subir, mais para baixo sou puxada e me linkando a cada material que conhecia e não lembrava mais [não queria].

Após muito lutar, conclui.
Se toda essa sujeira fez da grama algo belo, não há com que me preocupar - basta me preparar!

Ass.: Jovem Bordadeira

3 comentários:

  1. A percepção de um olhar.
    O que achamos de feio não deve ser tão feio assim e o mesmo podemos dizer para do belo.
    Os sentimentos são a mais profunda verdade no lindo jardim de outrora das lindas gotas do orvalho e que dirá dos passos das formigas operárias?

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  2. 'Nada é o que parece ser' lí isso (não sei aonde), mas parece que se aplica à muitas coisas que ocorrem em nossa vida.
    Fico com a impressão de que sensação de continuidade que faz com achemos que nossa vivência é sempre segura e uma mesma (firme e fixa)é a mais falsa das sensações humanas, e porque não dizer: 'é nossa-grama-verde-de-cada-dia' um dia, do nada, inventamos de olhar o que tem debaixo, aí, é uma viagem sem volta como a de Alice quando cai no buraco do coelho: devagar, vendo tudo por onde pássa e até alcançando com a mão algum objeto durante a queda...Nossa única certeza é a do tombo... felizmente é um tombo por demais desejado porque é nosso encontro com a nossa sombra...
    Ah! Finalmente a luz!

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