Doce Infância [?]
Minha mãe ficava sentada cosendo
olhando para mim:
- Psiu... Não acorde o menino.
Para o berço onde pousou um mosquito.
E dava um suspiro... que fundo!
Lá longe meu pai campeava
no mato sem fim da fazenda.
E eu não sabia que minha história
era mais bonita que a de Robinson Crusoé.
(Infância: Carlos Drummond de Andrade)
Seria a infância realmente uma fase, bonita e poética ou tudo isso não passa apenas de um "lirismo", dentro de enormes aspas?
Em conversas simples de nosso cotidiano, relembramos momentos alegres, bobos que nós fazem estufar o peito e dizer: Eu tive infância!
Mas, até que ponto essa fase crucial para o nosso desenvolvimento como seres sociáveis, ou não, é tão límpido e brilhando como um diamante polido ... ao invés de ser reconhecido como ele realmente é: um diamante bruto.
São as batidas daqui, empurrões dali e tombos de lá que vão nos polindo - lapidando.
É sempre muito mais fácil e revigorante olhar nossas alegrias, mas muitas vezes são nas grandes tristezas que nos descobrimos como um grande diamante valioso.
Ass.: Jovem Bordadeira
Esse até merece meu comentário!
ResponderExcluirJovem Bordadeira, concordo plenamente que na maioria das vezes, são os encontrões e tombos que nos trazem os maiores ensinamentos!
E como diria Casimiro de Abreu...
"Oh, que saudades que tenho,
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais"
Beijão!
Quanta inspiração....cada dia me orgulho mais de vc Jovem Bordadeira....rs! Ontem estava revendo algumas fotos antigas, desde o meu 1º aniversário e olhando pra trás percebi o quanto já amadureci e quanto ainda tenho por aprender...
ResponderExcluirAi se encontro uma dessas jovens idosas na balada.. eu vô!
ResponderExcluirMas a infância nunca acaba...
ResponderExcluiruma vez que segundo Winnicot, carregamos dentro de nós a criança, o adulto e o idoso que cada uma de nós somos.
Cada fato novo nos faz regridir à infância, outrora considerada distante, e nos coloca diante de nossa impotência infantil. Muitas vezes é aí que nosso idoso 'interno' (nosso avô carinhoso) afaga-nos e nos dá a segurança adequada para encararmos a situação e nos posicionarmos como o adulto que somos...
Caramba St..., digo Bordadeira, isso é que é post. O lado psicóloga tava forte esse dia, hein? Concordo contigo, essa parada de infância, seja uma fase ou ato contínuo, é um troço, digo diamante "bruto". E tenho dito!
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