17 de maio de 2010

Doce Infância [?]

Minha mãe ficava sentada cosendo
olhando para mim:
- Psiu... Não acorde o menino.
Para o berço onde pousou um mosquito.
E dava um suspiro... que fundo!

Lá longe meu pai campeava
no mato sem fim da fazenda.

E eu não sabia que minha história
era mais bonita que a de Robinson Crusoé.
(Infância: Carlos Drummond de Andrade)


Seria a infância realmente uma fase, bonita e poética ou tudo isso não passa apenas de um "lirismo", dentro de enormes aspas?

Em conversas simples de nosso cotidiano, relembramos momentos alegres, bobos que nós fazem estufar o peito e dizer: Eu tive infância!

Mas, até que ponto essa fase crucial para o nosso desenvolvimento como seres sociáveis, ou não, é tão límpido e brilhando como um diamante polido ... ao invés de ser reconhecido como ele realmente é: um diamante bruto.

São as batidas daqui, empurrões dali e tombos de lá que vão nos polindo - lapidando.

É sempre muito mais fácil e revigorante olhar nossas alegrias, mas muitas vezes são nas grandes tristezas que nos descobrimos como um grande diamante valioso.

Ass.: Jovem Bordadeira

5 comentários:

  1. Esse até merece meu comentário!

    Jovem Bordadeira, concordo plenamente que na maioria das vezes, são os encontrões e tombos que nos trazem os maiores ensinamentos!

    E como diria Casimiro de Abreu...
    "Oh, que saudades que tenho,
    Da aurora da minha vida,
    Da minha infância querida
    Que os anos não trazem mais"

    Beijão!

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  2. Jovem Idosa Tricoteira19 de maio de 2010 às 18:22

    Quanta inspiração....cada dia me orgulho mais de vc Jovem Bordadeira....rs! Ontem estava revendo algumas fotos antigas, desde o meu 1º aniversário e olhando pra trás percebi o quanto já amadureci e quanto ainda tenho por aprender...

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  3. Ai se encontro uma dessas jovens idosas na balada.. eu vô!

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  4. Mas a infância nunca acaba...
    uma vez que segundo Winnicot, carregamos dentro de nós a criança, o adulto e o idoso que cada uma de nós somos.
    Cada fato novo nos faz regridir à infância, outrora considerada distante, e nos coloca diante de nossa impotência infantil. Muitas vezes é aí que nosso idoso 'interno' (nosso avô carinhoso) afaga-nos e nos dá a segurança adequada para encararmos a situação e nos posicionarmos como o adulto que somos...

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  5. Caramba St..., digo Bordadeira, isso é que é post. O lado psicóloga tava forte esse dia, hein? Concordo contigo, essa parada de infância, seja uma fase ou ato contínuo, é um troço, digo diamante "bruto". E tenho dito!

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